segunda-feira, 18 de junho de 2012

O parto do meu filho. :)

Hoje, o meu pequenino faz 21 meses. Isso significa que está à distância de 3 meses para deixar oficialmente de ser bebé (embora vá ser sempre o meu bebé - mesmo quando for homem de barba feita!). Deu-me cá umas saudades do dia em que ele nasceu... Por isso, resolvi usar o blogue para falar sobre essa experiência - talvez a mais poderosa que tive até hoje. :)

Não posso dizer que tenha sido um momento silencioso, daqueles em que vemos a mãe com uma luz fraquinha, música escolhida por ela, tudo tão perfeito que até assusta. Foi num hospital, com luzes de hospital, cheiro de hospital, batas de hospital, ... E mesmo assim, conseguiu ser perfeito. Acima de tudo, porque foi perfeito para nós. :)

É claro que tudo começou muito antes do parto, muito antes de estar grávida! Começou no momento em que a minha alma sentiu que podia viver com uma parte de si fora do corpo. Continuou no momento em que o amor que ainda andava perdido e pouco direccionado encontrou o seu destino - naquele teste de gravidez que eu simplesmente sabia que ia dar positivo, mesmo sem estar a contar. E todos os dias amei mais um bocadinho: mais 0,2... Mais 0,5... Todos os dias, forte e firme, amei o meu filho mais um  bocadinho. Por isso, parece-me só lógico que o momento do parto seja aquele momento em que não consigo falar sem chorar. Não porque doeu ou porque aconteceram coisas que eu não queria que acontecessem. Choro porque foi O momento mais absolutamente cativante e maravilhoso pelo qual tive o privilégio de passar. Porque tinha a mão do meu marido ali, a segurar a minha enquanto me fazia ganhar força para pôr o meu filho no Mundo. Porque Deus deu-me um filho mais perfeito do que algum dia ousaria pedir.

Como posso pensar com amargura nas contracções? Se foram elas que me ajudaram a ter a única coisa que desejei desde sempre... Aqueles momentos passados na bola de pilates, em que respirava e pensava se seria mesmo desta... Doíam, sim! Mas o sentimento mais avassalador era aquele que se alojava quando pensava que poderia estar a chegar a hora de conhecer o meu Filho. Quando a bolsa de águas rebentou - eram 22h - veio o medo. Porque eu não era capaz de aguentar as dores e não ser medrosa! Deus, e onde ia eu encontrar força para fazer o meu filho nascer? Naquele momento, o meu marido chegou e foi ele quem me trouxe a força necessária. Porque o nascimento de um filho também pode ser feito através do pai! Cada segundo que me segurou nas mãos, cada palavra de incentivo e apoio, cada gargalhada brincalhona sobre um momento tão especial... Tem momentos em que isso pode ser mais eficiente do que todo o material médico junto. :')

Lembro-me, também, de estar a ouvir Alicia Keys. Foi perto da altura em que se deu a expulsão do meu filho e, algures entre as vozes de incentivo das enfermeiras e do marido, os meus próprios gritos e o caos que sentia, ouvi os últimos 30 segundos da música "Empire State of Mind". Mais uma força e o meu filho nasceu. Nascia ao som de Alexandra Burke - "Hallelujah". Sim, Hallelujah!!! O meu filho tinha nascido!!! Meu Deus, que eu sentia que era capaz de levar o Mundo nas costas... Era a Supermulher, pronta para tudo. Porque Deus ajudou-me e deu-me um saudável menino, que tinha nascido com 51cm e 3.680kgs. Entre o início do trabalho de parto e o fim, passaram apenas 10 horas. E em apenas 10 horas eu e o meu marido conseguimos passar pelo milagre mais repetido desde sempre: o milagre de dar a Vida a alguém. E naquele dia, fiz nascer um bebé que chorou a plenos pulmões e que veio quase logo para a maminha da mãe. Um bebé que hoje faz 21 meses. E que daqui a uns escassos 3 meses vai deixar de ser bebé e vai ser oficialmente um menino. :')

1 comentário:

  1. :) Que lindo!

    Pronto, vês porque razão criaste este blog? É para isto. Para escreveres sentimentos, para escreveres a tua vida, fazendo 'disto' o teu diário.

    Adorei o texto, gostei de sentir frio na barriga a cada palavra que li, pela experiência que passaste e pela transmissão de Felicidade que o momento do parto é.
    Um 'like', portanto.

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