quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Dar voz à revolta, JÁ!!!

Todos os dias, em todos os locais que frequento, oiço queixas em relação aos nossos políticos. Oiço queixas sobre a sua natureza corrupta, sobre as medidas de austeridade, sobre a vida regalada que têm à nossa custa, sobre aquilo que fariam caso estivessem eles no poder. Em 90% dos casos, sou obrigada a rir-me. Não porque ache graça aos assuntos dos quais se queixam, até porque a maioria também afeta a mim e aos que amo. Rio-me porque, nesses 90% dos casos, são pessoas que alternam os seus votos entre PSD e PS, sem sequer se questionarem porquê. Rio-me porque essas pessoas vão visitar a família no dia de greve, contentes por mais um dia em que não trabalham. Rio-me porque algumas não sabem o poder do seu voto e muito menos o poder desses votos todos juntos. Não podem esperar mudanças nos políticos se não lutarem por essas mudanças! Ou acham que o 25 de Abril foi uma realidade conquistada por pessoas que partilham piadas no café da esquina, saindo daí para o conforto do seu sofá? Gostava de ter um país melhor para o meu filho. Gostava de poder ter a confiança que o fiz parte de uma sociedade que não tem medo (ou preguiça) de lutar pelo seu futuro. Infelizmente, não é essa a realidade que tenho constatado nos últimos anos. Vejo diariamente pessoas tristes, conformadas com o seu destino. Pessoas que podem e devem sair à rua para manifestarem com vigor o seu descontentamento! Pessoas que podem e devem largar o conforto do seu canto para lutarem! Não entendo porque oiço alguns reformados dizerem que já passou a altura deles… Não entendo porque não estão mais jovens presentes nas manifestações, como se o facto de não terem (ainda) poder de voto fosse fator condicionante. E, acima de tudo, não entendo como é que pais e mães levam a sua vida calmamente, resignadamente, sem lutarem pelo país dos seus filhos. Eu, sozinha, não poderei fazer muito. Eu, juntamente com os demais, poderei fazer tudo! Ainda não é tarde de mais, mas estamos perto disso. Portanto, e enquanto ainda há tempo, vamos salvar-nos de todas as injustiças que temos sofrido em silêncio. Se não o fizermos agora, então também não seremos merecedores de outro destino para além deste.

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